Imprensa

Visão | 05.09.2002
“Opera Lux” (…) em todo o seu percurso, a Amalgama, tem optado pelas viagens ao onírico e o seu novo trabalho, que esta semana estreia em Lisboa, não o contradiz. (…) Há uma ideia de
que a felicidade não se pode encontrar na realidade, mas para lá dela, num local de Luz (…)
A.C.

Correio da Manhã | 10.09.2002
(…) O trabalho desenvolve-se partir de uma acumulação de solos, iniciados pela madura Sandra Battaglia deitada à boca de cena segurando uma vela. Os movimentos desta “opera lux” são, basicamente, rasteiros dedicando-se grande ênfase às mãos dos bailarinos que, em determinadas cenas, juntam os seus corpos no meio de fumos numa amalgama de músculos e tecidos rastejantes (…)
António Laginha

A Capital | 20.01.2003
“ Tablao do Fado” (…) é mais do que um espectáculo de dança…inspirados pelos sons pungentes do Fado e do Flamenco, o elemento musical ganha uma importância fundamental na construção de todos os movimentos dos bailarinos…maior novidade é o facto de tudo se passar numa das mais antigas casas de fado lisboetas…
(…) Criado pela Amalgama…, resulta de uma exaustiva pesquisa sobre a alma profunda e as origens deste género musical, cruzando-o posteriormente com o Flamenco…extrair os pontos comuns que ambos partilham e o que os distingue…fica presente um sentido de unidade…no que respeita ao fundo sentimental e sensível que os une, como formas de expressão genuína do sentir de dois povos.
(…) nunca uma companhia de dança apresentou um espectáculo num espaço deste género(…).
Paula Macedo

Correio da Manhã | 13.10.2003
“Mutações” (…) quinze artistas (bailarinos e músicos) constroem uma obra com uma invejável desenvoltura e dinâmica que se apresenta na igreja velha do antigo Convento…o grupo de intérpretes conquistando o chão ou enrolando-se no tronco adormecido de um sobreiro, com notável coesão e foco certeiro, passam uma mensagem de cariz marcadamente místico. Também o vestuário, de corte oriental, tenta desencadear no espectador um estado de espírito com laivos ecológicos e, até, criar uma atmosfera longínqua em que momentos de calma alternam com faixas de deliberada inquietação (…).
António Laginha

Sons das Letras | 01.06.2004
“AESTAESIS” (…) novamente, a sala Elíptica do Convento e Palácio de Mafra viu o que de melhor dançou a Amalgama nos últimos tempos…trata-se de um bailado contemporâneo que aposta na música, nos corpos, nas sombras e nos efeitos luminosos sobre os
rectilíneos espaços do Convento…pelo que a assistência aplaudiu no final, várias vezes os seis bailarinos (…).
Raul Veloso Portela, editor

Correio da Manhã | 05.09.2004
Dança – ‘Arcana’ Quinta da Regaleira
Desejos Ocultos 
Não há grupo na dança portuguesa mais criterioso e que escolha com maior atenção os espaços em que se apresenta, no país e no estrangeiro, do que os Amálgama. (…)
Um grupo de cinco talentosos rapazes e três raparigas (em que se destaca a directora e coreógrafa, Sandra Battaglia) iniciaram os espectadores num curto ritual de ‘elfos’ e ‘ninfas’ saltitando sobre um relvado à volta de uma árvore, ao som da melodiosa voz de
Rita Martins.
Após um sinuoso percurso vivido pelos espectadores até ao ‘Portal dos Guardiães’ (…) desenrolaram-se sucessivas danças iluminadas por velas e delineadas por panos em que os artistas se embalam e se confrontam repetidamente.
Às músicas de Lopes-Graça, Grieg, Grandjani e Micus juntaram-se cantos alentejanos disfarçados por instrumentação de que fazem Aeestesis parte cordas, sopros e percussões. Corpos soltos e generosos, pés que arranham a terra, fogo e laivos de lua numa amálgama cuja química passa facilmente a todos os espectadores.
António Laginha, crítico de dança

Visão | 07.09.2004
Arcana
Na Quinta dos Mistérios
Carvalho Monteiro transformou a quinta, introduzindo-lhe muitos elementos esotéricos, uns identificados com a maçonaria, outros com os sinais dos alquimistas e outros ainda com referências aos primeiros cristãos, aos templários, ao paganismo. Um ambiente adequado a Arcana, peça de dança contemporânea feita com os elementos da água e do fogo, que cumpre o estilo da Companhia de Dança de Mafra, com preocupações em criar imagens de grande beleza, e cuja divisa é “sensibilizar o público para uma realidade mais onírica e humana.
Alexandra Correia

Correio da Manhã | 11.10.2004

“Venite in silentio” é a nova criação da companhia amalgama
Entrar na Dança… mas em silêncio
(…) Trata-se de um espectáculo com cerca de duas horas, protagonizado por cinco bailarinos, dois actores e quatro músicos, e que em algumas partes, tinha esta premissa: o ‘reflexo’ do espelho que nos habita.
Dois belíssimos painéis de azulejos mostram S. Paulo exortando-nos a entrar na sua casa em estado meditativo. Assim o fez o público, seguindo os artistas pelo espaço e vendo-os dançarem na igreja entre sons e silêncios, sombras e luz difusa. Um enorme caldeirão metálico serviu de abrigo a uma dança mística e algo desvinculada.
Assim se completa a trilogia que integra Arcana (fogo) e Mutações (água), e que deu origem a um livro com o mesmo título de Risoleta Pinto Pedro.
António Laginha, crítico de dança

Mafra Regional | 17.08.2006
No dia 29 de Julho o espectáculo tertúlia “Conquista-me”, pela Amalgama, Companhia de Dança, encantou o público presente na Quinta Mágica, em Mafra, com momentos de dança, silêncios e palavras que percorreram muitos sentidos. O Mafra Regional captou para os seus leitores pedaços de um espectáculo que se assume como um excerto/semente do espectáculo “Mater” da Amalgama, Companhia de Dança. Com música do maestro Jorge Salgueiro, os textos são de Risoleta Pinto Pedro e o vídeo do artista plástico Jorge Pereira.

“Filhos da lua e do sol” em Lisboa (Teatro Gota) | Junho 2010
(…) Ontem, por circunstâncias da vida e da criação, foi-me proporcionado ver um pequeno apontamento do último espectáculo “Os Filhos” e recordei o que sempre soube: que os espectáculos da Amalgama, para além da experiência estética, proporcionam-me uma experiência de força, mistério e identificação. O que se passa ali no palco é o mesmo que poderia passar-se num altar de pitonisa, num altar de iniciação, num altar de nascimento ou num altar de morte. É o mesmo: dança, recolhimento, celebração do corpo, reconhecimento do corpo do outro, desafio ao ar, saudação ao chão, técnica e espanto.
Para o espectador é identificação: és tu que danças aí por mim, eu danço aqui por dentro e a parte mais verdadeira de mim está aí e dança contigo e com o chão e com o ar.
Vi apenas um pequeno apontamento, com uma pequeníssima parte do elenco, mas foi o suficiente para entrever o que teria sido o espectáculo tal como vai voltar a realizar-se em Setembro, no Convento de Cristo. Onde não posso deitar de estar. O melhor é ir andando para lá e com o coração tomar já lugar.
A Companhia Amalgama é, para mim, um imenso mistério, como os fractais. Em cada pequena parte está presente o todo. Fundada em 2000 por Sandra Bataglia e Pedro Paz, dois monumentos do movimento, tem vindo a contar com muitos colaboradores (bailarinos e criadores de outras área (…)
Risoleta Pinto Pedro (publico/Escritora)

“Filhos da lua e do sol” em Lisboa (F.A.L.) | Junho 2010
Queria dizer-vos que ontem assisti ao vosso espectáculo na Feira Alternativa e fiquei tão profundamente tocada, emocionada, arrebatada pela forma como vocês se movimentam, a alma que mostram quando dançam, as emoções que se espalham entre todos, o lado espiritual, a dádiva da força da vossa arte… Sei lá, um monte de coisas em conjunto que senti de tal forma forte, que eu que ia expressamente para fotografar (é o meu hobby e soube de vocês através do Alexandre num site de fotografia onde pertencemos), ao sentir este turbilhão se sensações e emoções os meus olhos enchiam-se de lágrimas e pousei a máquina no colo, permanecendo num estado de transe até ao final do espectáculo… Apanharam-me completamente desprevenida, não estava nada à espera de ver um espectáculo daquela qualidade, com uma postura holística… Nunca tinha ouvido falar do vosso grupo e nem sabia que existiam… Eu que adoro dança… Fiquei fã incondicional e farei os possíveis por ver os vossos espectáculos sempre que possível.
Margarida Pereira (publico/Fotógrafa)

“Filhos da lua e do sol” em Tomar | Setembro 2010
Boa tarde, estive a assistir ao vosso espectáculo de Sexta-feira passada no Convento de Cristo, e amei cada movimento, cada expressão vossa nesta coreografia, parabéns pelo exelente trabalho desenvolvido e pelos exímios bailarinos…deveras contagiante e profundamente emocionante… que sensibilidade… até as lágrimas me correram pelo rosto!
… Uma noite mágica, abençoada e divina! Bem hajam !
Vossa fã incondicional.
Cláudia Ferreira (público/Jornalista)

A Amalgama Companhia de Dança, recordo, esteve recentemente em Tomar a apresentar o espectáculo “Filhos da Lua e do Sol”, em Setembro passado, no Convento de Cristo. As fotografias aqui apresentadas pertencem a esse mesmo espectáculo e são também da autoria do excelente fotógrafo Alexandre Lopes (Ixhumni).
Para quem teve oportunidade de assistir a este momento único de Arte, como eu, viajou num espaço intemporal, a tempos imemoriais, de génese e divisão, para logo depois voltar á Fonte Original, através da ligação ao outro. Numa manifestação altamente artística e profunda, qual arte alquímica, através da coreografia genuína de Alexandra Battaglia; etérea pela leveza que transmite nos seus movimentos belos e harmoniosos e pelo guarda – roupa, cuidado e vibrante em cor, mas original e fluido de João Pereira, com uma sonoridade ora suave ora mais intensa que nos remetia para um local comum e muito familiar a todos nós:
a essência do ser e sua indivisibilidade do outro. Assistiu-se assim, nas Capelas Incompletas do Convento e num cenário mágico, a um espectáculo único numa arte vanguardista em sensibilidade de refazer harmoniosamente uma nova arte, tocando bem no centro do peito o outro que assiste, contempla e vive emoções de profunda beleza e reencontro consigo mesmo. Com bailarinos exímios a Amalgama Escola e Companhia de Dança soma e segue sempre com espectáculos inovadores, profundos em sentido e com uma técnica exemplar na execução não só dos movimentos mas essencialmente na alma que estes transmitem ao dançarem.
Cláudia Ferreira, Jornalista “Jornal Cidade Tomar”

MATER no Palácio Nacional de Mafra | Novembro 2010
Cara Sandra Bataglia e restante Companhia, assisti ontem à noite, em Mafra, pela primeira vez a um espectáculo vosso, e não posso, nem consigo ficar calada! Ainda estou em estado de graça, por me ter sentido de tal forma arrebatada com toda a vossa energia e todo o trabalho que apresentaram, vocês são realmente ESPECIAIS!!!!
Ainda não parei de falar em vós, toda a gente me diz para explicar como é o espectáculo, e eu não sou capaz, não há palavras para o descrever, é algo para ver e Sentir… é um espectáculo e um trabalho para Sentir… vendo!!!
Não vi um espectáculo de dança comum, vi um espectáculo de dança que é MUITO MAIS que dança… de uma força inexplicável com uma carga energética fenomenal de uma capacidade criativa invejável de uma intensidade interior que nos arrebata de uma energia interior que vem tão de dentro, das profundezas do vosso ser, que não é possível traduzi-la por palavras de uma qualidade de movimento que nos envolve e nos transporta para um mundo verdadeiramente sentido de uma sintonia que nos leva às lágrimas
Até a vossa respiração de uma intensidade objectiva e intencional nos toca profundamente, é algo inexplicável!!!
Tenho que vos agradecer por me terem oferecido a hipótese de viver e sentir algo de tão poderoso, intenso, pleno… como é o vosso trabalho! Não vou mais deixar de vos ver e de vos seguir seja onde for!!!
Fátima Silveira (público/professora de Dança)

Diáspora no Teatro Ibérico, Lisboa | 08.12.2012
“[…]
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
[…]”
Poema “O Infante” in Mensagem,
de Fernando Pessoa
Tenho pena de não ter visto este espetáculo antes de o ver, Explico: por contingências várias, só consegui ir vê-lo no último dia. Foi pena. Tê-lo-ia recomendado a todos os meus alunos.
É que não há melhor maneira de ensinar a Mensagem, de ensinar Os Lusíadas.
Ao longo do espetáculo fui assistindo ao desenrolar de todos os cantos da epopeia, de todos os poemas da Mensagem. Poética, técnica, emocional e esteticamente, não consigo imaginar melhor.
Assisti a praticamente todos os espetáculos da Amalgama, escrevi para vários (desde o primeiro espetáculo) e participei em alguns. Conheço a qualidade desta companhia por dentro e por fora. Por isso, perante uma nova coreografia, espero sempre encantar-me. Mas não esperava surpreender-me desta maneira.
Porque o que vi foi ao nível do excecional.
Seis bailarinos e quatro músicos. Excelentes. Todos.
Não há desequilíbrio. Todos muito diferentes, mas num conjunto harmonioso, diria perfeito. A força, a subtileza, a energia, os ritmos, as mudanças, as surpresas, a alegria, as pausas, os delírios, o entusiasmo, o querer mais.
A música é uma espécie de cenário que nos vai transportando através de países, culturas, povos, tempos. Os corpos dançam diferentes ritmos, mas não os imitam, recriam-nos, representam, sugerem, dramatizam entre a tragédia e o humor. Há passagens hilariantes, clownescas no seu melhor, há outras dramáticas, em que os corpos mostram o sofrimento das almas e nos transportam a emoções antigas e conhecidas e por vezes esquecidas. O riso, o choro, a respiração, a aflição, a salvação.
Alguns momentos lembram-me outros momentos, este espetáculo foi buscar o melhor de algumas coisas já feitas e juntou a isso o melhor do que ainda não tinha realizado.
As três cores do guarda-roupa dos bailarinos: preto, vermelho e branco, lembram-me as três fases da obra alquímica ( e despertoume recordações boas), o azul dos músicos transportou-me do mar ao céu:

“[…]
Deus ao mar o perigo e o abismo deu
Mas nele é que espelhou o céu
[…]”
Poema “Mar Português”, in Mensagem, de Fernando Pessoa

Este espetáculo tem o perigo e o abismo e tem o céu, tem a viagem e tem o regresso, tem os que viajam e os que recebem os viajantes, a profundidade e a alegria, o nevoeiro (do ponto de vista dos sentidos é completo, como se os ouvidos e os olhos nos não bastassem somos abençoados ainda com o perfume do pó-de-arroz) e a luz, a inquietação e a inocência. Nada disto é linear, é
preciso senti-lo. Fazer passar a subtileza pelo meio da perfeição técnica não é para todos. Aconteceu.
Na coreografia, independentemente da perfeição da realização, uma leveza, uma naturalidade que me recordou os valores do V Império. Uma espécie de inocência de quem já tanto viveu e realizou e dançou e regressa agora a uma simplicidade por vezes quase infantil. No melhor que esta palavra representa. E isto fez-me todo o sentido, porque é através da Diáspora que os valores do
V Império, que são, afinal, a liberdade, a abundância e a inocência, também vão sendo espalhados pelo Mundo. A partir daqui. De dentro. De nós. Num momento de crise nacional, internacional e planetária, faz-nos bem ver este espetáculo. Devolve-nos qualquer coisa que ainda não tem nome mas que conhecemos. Porque sentimos.
A linguagem é a dos corações que vão sendo semeados pelo placo e pelo meio dos espetctadores.
Proponho uma petição online para a realização de mais espetáculos. Se possível, neste belíssimo espaço que é o Teatro Ibérico.
No final, não fiquei para os costumados abraços. Precisava de encontrar as palavras e prolongar as emoções. Encontrar o coração.
Lamento não ter conseguido felicitar ao vivo quem felicito agora: Todos.
No dia em que se celebrou a Senhora dos Mares. Perfeito, também o dia.
Risoleta Pinto Pedro (público/Escritora)